A ti, alma inquieta,
que caminhas por entre o visível e o invisível,
entre o ruído do mundo e o silêncio de Deus.
Escrevo-te não com certezas,
mas com ecos de uma busca antiga —
aquela que começa no coração do homem
quando ele percebe que tudo o que vê…
não é tudo o que há.
Vivemos entre ruínas e promessas.
A paisagem muda, os rostos passam,
as modas dominam como doutrinas de um culto sem fé.
O tempo consome — como ferrugem, como traça —
e o corpo envelhece, até que um dia já não o reconheçamos mais.
Mas há algo que resiste.
Uma chama que nem o vento da dúvida consegue apagar.
Um pressentimento sagrado de que existe mais.
De que o universo, tão vasto e misterioso,
não é acaso, mas obra.
E o Criador… não é distante, mas PAI.
Jesus Cristo, o Filho,
não veio para nos oferecer religião,
mas reconciliação.
Não veio impor, mas chamar.
Veio salvar-nos de nós mesmos,
das nossas corrupções íntimas, das nossas máscaras.
Tu, que sentes o mundo como um teatro de repetições,
um ciclo de ganância e egoísmo,
não estás só.
O teu olhar é um espelho do olhar d’Ele sobre nós.
Misericordioso. Sofrido. Esperançoso.
A fé não é cegueira.
É visão interior.
É confiar que há um propósito, mesmo quando tudo parece ruir.
E que a morte — esse fim inevitável para todos os seres —
é apenas uma porta para o que é eterno,
para o que os olhos não veem, mas o espírito sente.
Segue, mesmo que em silêncio.
Segue, mesmo que com dúvidas.
Porque quem caminha com humildade
já está mais perto da verdade
do que quem se afirmar dono dela.
Não te rendas à frieza do mundo.
Ama. Perdoa. Observa.
E, sobretudo… crê.
Com alma e verdade,